terça-feira, 28 de abril de 2009

Programação


Direitos Humanos: um panorama internacional
Vagas*: 30
Carga horária: 15 h/a
Valor: R$ 65,00
Professor: Jayme Benvenuto Lima Júnior
Início do curso: 07/05/2009
Período de realização: Quintas-feiras, dias 07, 14, 21 e 28/05; 04/06.
Horário: 14h às 17h
Sala: 102 - bloco G

Do gênero violência à violência de gênero: um estudo sobre a violência contra a mulher
Vagas*: 30
Carga horária: 15 h/a
Valor: R$ 65,00
Professoras: Vanessa Pedroso e Marília Montenegro Pessoa de Melo
Início do curso: 06/05/2009
Período de realização: Quartas-feiras, dias 06, 13, 20 e 27/05; 03/06
Horário: 14h às 17h
Sala: 102 - bloco G

“Honra teu pai e tua mãe”: Direitos Fundamentais do Idoso
Vagas*: 30
Carga horária: 15 h/a
Valor: R$ 65,00
Professor: José Maria Silva
Início do curso: 27/04/2009
Período de realização: Segundas-feiras, dias 27/04; 04/05; 11/05; 18/05; 25/05
Horário: 16h às 19h
Sala: 102 - bloco G

Sexualidade no amadureSer
Vagas*: 40
Carga horária: 15 h/a
Valor: R$ 50,00
Professora: Maria do Amparo Rocha Caridade
Início do curso: 05/05/2009
Período de realização: Terças e Sextas, dias 05, 08, 12, 15 e 19/05.
Horário: 14h às 17h
Sala: 824 - bloco B

Espiritualidade e saúde: a contribuição da fé para o bem-estar físico e psíquico
Vagas*: 30
Carga horária: 15 h/a
Valor: R$ 70,00
Professor: Moab Duarte Acioli
Início do curso: 07/05/2009
Período de realização: Quintas-feiras, dias 07, 14, 21 e 28/05; 04/06
Horário: 17h às 20h
Sala: 824 - bloco B

Ativando a memória: você se lembra?
Vagas*: 30
Carga horária: 15 h/a
Valor: R$ 65,00
Professoras: Mauricéa Tabosa e Márcia Crócia
Início do curso: 09/05/2009
Período de realização: Sábado, Terça e Quinta-feira, dias 09, 12, 14 e 16/05
Horário: dia 09/05, das 8h30 às 12h; dias 12 e 14/05, das 13h30 às 17h30; dia 16/05, das 8:30 às 12h
Sala: 710 - bloco B

Drogas: quando o beco encontra uma saída
Vagas*: 30
Carga horária: 30 h/a
Valor: R$ 130,00
Professora: Irinéa Nunes Almeida Gonçalves Catarino
Início do curso: 05/05/2009
Período de realização: Terças e Sextas-feiras, dias 05, 08, 12, 15, 19, 22, 26, 29/05; 02, 05/06
Horário: Terças-feiras, das 09h às 12h; Sextas-feiras, das 8h às 11h
Sala: 824 - bloco B

No stress: técnicas de massagens terapêuticas
Vagas*: 30
Carga horária: 30 h/a
Valor: R$ 105,00
Professora: Francisca Maria Alves da Mota
Início do curso: 18/04/2009
Período de realização: Sábados, dias 18, 25/04; 02, 09, 16, 23, 30/05; 06, 13 e 20/06
Horário: Sábados, das 9h às 12h.
Sala: 501 - bloco G4

Xadrez para iniciantes
Vagas*: 25
Carga horária: 15 h/a
Valor: R$ 95,00
Professor: Vicente Francisco de Sousa Neto
Início do curso: 06/05/2009
Período de realização: Segundas e Quartas-feiras, dias 06, 13, 20 e 27/05; 01, 03, 08, 10, 15 e 17/06
Horário: 16h40 às 18h20
Sala: 003 - bloco D

Produza o seu próprio combustível: o Biodiesel a partir do óleo de fritura
Vagas*: 30
Carga horária: 15 h/a
Valor: R$ 90,00
Professores: Valdemir Alexandre e Maria Helena P. Gazineu
Início do curso: 25/05/2009
Período de realização: Segunda a Sexta-feira, dias 25, 26, 27, 28 e 29/05
Horário: 14h50 às 18h20
Sala: 702 - bloco D

Viajando na melhor idade
Vagas*: 40
Carga horária: 15 h/a
Valor: R$ 60,00
Professora: Roberta Cajaseiras
Início do curso: 07/05/2009
Período de realização: Terças e Quintas-feiras, dias 07, 12, 14, 19 e 21/05
Horário: 9h às 12h
Sala: Auditório do Unicap Júnior

Relações Humanas: a alma do negócio
Vagas*: 30
Carga horária: 30 h/a
Valor: R$ 100,00
Professora: Marinalva da Silva
Início do curso: 09/05/2009
Período de realização: Sábados, dias 09, 16, 23 e 30/05; 06,13, 20 e 27/06
Horário: 8h às 12h
Sala: Auditório do Unicap Júnior

Como aplicar bem seu dinheiro
Vagas*: 30
Carga horária: 15 h/a
Valor: R$ 75,00
Professor: Egenilton Rodolfo de Farias
Início do curso: 07/05/2009
Período de realização: Quintas-feiras, dias 07, 14, 21, e 28/05
Horário: 13h às 17h
Sala: Laboratório 03 do CTI

* Os cursos só devem ser iniciados se forem preenchidas as vagas, com o número mínimo de alunos pagantes.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Baile da Naná bota todo mundo para dançar (BBB)

Domingo, 26/04/2009

A Vovó Naná, que se tornou famosa na nona edição do Big Brother Brasil, organiza um baile há 15 anos em São Paulo, com o marido. Maurício Kubrusly foi conhecer o evento que é uma grande animação.

Mulheres da terceira idade praticam surfe em Salvador

Quarta-feira, 22/04/2009

Projeto 'Onda da felicidade' começou há um mês. 'Vovós' conseguem ficar em pé na prancha, desafiando o tempo e a idade

domingo, 26 de abril de 2009

Nunca é tarde para amar

Nunca é tarde para amar
Publicado em 26.04.2009 Jonal do Commercio


A terceira idade não prenuncia o fim da vida amorosa. Bem resolvidos, mulheres e homens trocam a cadeira de balanço pelos bailinhos, em busca de novas experiências afetivas

Bruna Cabral
bruna@jc.com.br

Uma boca para encontrar toda hora. Um abraço comprido para ajudar a acordar de manhã cedinho. Uma mão para apertar no cinema. Um pé para aquecer na madrugada. Uma orelha para ouvir. Um ombro para confortar. Em todo e qualquer momento da vida, namorar é prazer dos mais sublimes. Mas na terceira idade, compartilhar a vida com alguém para chamar de seu é quase indispensável. Na fase em que amigos, compromissos e prazeres tendem a ficar mais escassos, amar é certamente o melhor exercício para o coração. Tanto fisiológica quanto metaforicamente.

Que o diga a aposentada Maízzia Caminha Vieira de Melo. Prestes a completar 84 anos, ela esbanja lucidez e saúde. A quem interessar possa, avisa que o segredo é muito amor para dar. “Acho que se amargura e adoece quem não se disponibiliza para o outro, quem vive muito autocentrado”, diz a filha única que não tem herdeiros com quem distribuir tanto amor. “Minha reserva afetiva é enorme”, brinca.

Sorte de seu João Batista, 78, que ela conheceu num bailinho promovido pelo clube dançante da terceira idade do qual é sócia e secretária, o Recordar é viver. “Fui apresentada a ele por uns amigos e passamos a dançar sempre”, conta. Entre uma dança e outra, com conversa de derrubar avião, ele terminou conseguindo namorar, noivar e casar com Maízzia, há exatos 11 anos. “Ele disse que tinha uma doença muito séria e eu fiquei morrendo de pena. Só então falou que sofria era de solidão”, recorda Maízzia, que encontrou muito mais que um amor no clube. “Quando perdi minha mãe, em 1995, fiquei arrasada e minhas amigas de clube me encorajaram a enfrentar a vida de novo.”

Foi nesses mesmos bailinhos que a aposentada Socorro Costa, que não diz a idade nem por decreto para não “afastar os paqueras”, (re)descobriu o prazer de viver. “Fiquei viúva aos 53 anos e me sentia perdida. Os filhos já tinham suas vidas. Não sabia nem por onde começar, aliás, recomeçar minha vida social e amorosa”, lembra. Anos depois, ela saiu de Caruaru e veio morar com os filhos no Recife. “Foi pior ainda, porque não conhecia ninguém na cidade.” Isso até começar a dançar. “Passei a frequentar os bailes de vários clubes e me descobri uma pessoa muito interessante”, diz Socorro, cheia dos pretendentes.

Na pista de dança, segundo ela, a idade de cada um não importa nem um pouco. “Depois que aprendi a dançar, tenho muito mais facilidade de me aproximar dos homens”, diz. Para a aposentada que, além de bailar, passou a escrever e até atuar nos “preparativos para a terceira idade”, a linguagem universal da dança já lhe garantiu amigos queridos, muitos paqueras e até namorados. “Cada dia da semana vou num baile diferente. Conheço todos da cidade”, diz a pé de valsa.

Encher o mundo de perna também é a especialidade de Lídia Melo, 67. Tão vaidosa quanto animada, ela não vê obstáculos para o amor na terceira idade. “Estou na fase mais plena de minha vida. Sinto-me absolutamente senhora de mim e pronta para amar”, diz a enxutérrima aposentada de piercing no nariz, que ostenta um corpinho de 62 quilos harmoniosamente distribuídos em 1,62 metro de altura. Não por acaso. Viúva desde os 57 anos, Lídia vai à academia todos os dias. E já foi muito mais longe por conta de sua boa forma. “Em 2005, fui eleita Miss Brasil da Terceira Idade, num concurso realizado em Mato Grosso do Sul, em que concorri com mais de 20 mulheres”, lembra a modelo requisitadíssima que só pisou na passarela depois dos 60 anos.

Mas, justiça seja feita, beleza não é o único atributo de Lídia. Simpaticíssima e cheia de energia, ela vive com a agenda cheia de contatos e compromissos. É cinema, shopping, restaurante, praia (“de biquíni”) e muitos bailes. Foi num deles que ela conheceu Gildo Lemos, seu atual namorado. “Achei ele um gato e não tive dúvida: comprei uma flor e chamei-o para dançar”, lembra Lídia, que dois anos depois, já está noiva. “Resta-me pouco tempo, então não dá para ficar em casa, cheia de timidez ou amargura. Tenho que aproveitar para ser bem feliz”, diz. Toda essa “galhardia”, segundo Lídia, não se aplica só ao terreno afetivo. Foi com o mesmo bom humor que ela enfrentou, há alguns anos, um câncer de mama. “Perdi parte da mama, mas não a coragem. Muito menos a vontade de viver.”

ONDE O AMOR ACONTECE

Que os bailinhos ajudam um bocado quem está em busca de uma cara-metade, nem Lídia, nem Socorro, nem Maízzia podem negar. Mas não é, necessariamente, ao som de um bolero que o amor acontece na terceira idade. “Pode ser no meio da rua, num clube ou numa lanchonete. O segredo é não pautar o dia a dia por essa busca. A vida é muito mais que isso”, diz a aposentada Selma de Lima, 72.

Viúva há cinco anos de um companheiro que conheceu aos 55 anos, ela diz que idade não é motivo para ninguém se desvalorizar, nem entristecer. Mas, sentir-se bem, na opinião dela, está longe de ser sinônimo de viver à caça. “Isso é coisa de adolescente. Claro que não tem idade certa para amar, mas a maturidade traz muitas exigências. Não quero qualquer parceiro. Quero alguém que me respeite, participe da minha rotina e compartilhe comigo de minha filosofia de vida”, diz. Se esse companheiro chegar, diz Selma, ótimo. “Caso contrário, continuo fazendo o que gosto na companhia de amigos.” E, vez por outra, de um pretendente “sem compromisso”. “Lógico que não deixo de olhar a beleza que existe nas pessoas”, admite.

A estratégia adotada por Selma, de sair do casulo seja com que intenção for, é sempre a mais acertada. Quem garante é o cupido profissional Igor Rafailov. Segundo ele, corre-se um risco enorme na terceira idade de ficar prisioneiro do julgamento alheio e, por consequência, da cadeira de balanço. “Muitas vezes, é a própria família do idoso que atrapalha sua vida social”, diz. Outro obstáculo muito comum ao lazer nessa etapa da vida sãs as finanças. “Especialmente no Brasil, tem muito idoso provedor da casa. Aí, não sobra dinheiro para investir em si mesmo.”

Também não faltam barreiras autoimpostas ao amor nessa época da vida. “Os homens temem um envolvimento por não serem mais os atletas sexuais de antes. E as mulheres vivem se degladiando com sua imagem no espelho”, brinca Rafailov que promoverá, no Portal de Gravatá, entre os dias 15 e 17 de maio, encontros de solteiros e solteiras dos 55 em diante, para pôr abaixo todos os medos e preconceitos dos participantes. E, com alguma sorte, formar casais de pombinhos.

Aposentada e “sacudida”, Mariinha Aschosf, 74, não vai precisar da ajuda de Rafailov para resolver sua vida afetiva. Nem dele, nem de ninguém. “Desde que fiquei viúva, há vinte anos, não parei de namorar para tirar o atraso”, conta Mariinha, entre uma e outra gargalhada. Boníssima praça, ela diz que foi muito reprimida pelos pais, casou muito cedo e só a partir dos 54 sentiu-se livre para deliberar a respeito de sua vida amorosa. E não se fez de rogada diante da oportunidade. “Namorei com quem quis, casei de novo, separei e me recuso a fechar meu coração para balanço”, brinca Mariinha. Mas fala seríssimo quando diz que só se realizou afetiva e sexualmente na terceira idade.

“Em qualquer época da vida, em qualquer lugar, a melhor coisa é trocar olhares com alguém, dar beijo, abraço, andar de mão dada...”, suspira a romântica incorrigível. Segundo Mariinha, somente quando alguém lhe faz suar as mãos e tremer as pernas de emoção – ou simplesmente “bater a moela”, como gosta de dizer – é que a vida se confirma dentro do peito.J

Cada vez mais idosos utilizam a internet

» COMPORTAMENTO
Cada vez mais idosos utilizam a internet
Publicado em 26.04.2009 Jornal do Commercio

Depois que jovens “descobriram” a rede, agora é a vez das pessoas com mais de 60 anos expandirem sua participação. Mas atividade básica dos novos usuários se resume a enviar e receber e-mails

Daniel Silva
Agência France Presse

MADRI – Depois que os jovens lideraram a expansão da internet, agora é a vez de a rede conhecer o interesse das pessoas com mais de 70 anos, segundo os especialistas reunidos em Madri para um congresso mundial, por ocasião das comemorações pelos 20 anos de existência da World Wide Web. “As pessoas de mais idade são o grupo demográfico que mais rápido cresce na internet”, indicou Vicki Hanson, professora da Univerdade de Dundee, na Escócia.

Em 2005, só nos EUA 26% das pessoas de 70 a 75 anos se conectavam à internet. No ano passado, já eram 45%, de acordo com dados do Pew Internet & American Life Project, citados por Hanson.

A porcentagem de americanos de 76 anos ou mais que utilizam a rede cresceu de 17% para 27%.

O Reino Unido também experimentou crescimentos similares nessa faixa de idade, segundo Andrew Arch, do Consórcio World Wide Web (W3C), a principal organização que monitora o uso da rede.

“As pessoas de mais idade estão fazendo as mesmas coisas que as demais: utilizam a internet para se comunicar e, depois, buscar informações para, fazer movimentações bancárias e realizar compras”, explicou Arch, que trabalha para melhorar o acesso dos idosos e deficientes físicos à rede.

Enviar e receber e-mails é a principal atividade na rede das pessoas na faixa dos 64 anos ou mais. Os usuários de mais idade realizam menos compras ou movimentos bancários que os jovens e utilizam menos ainda as redes de relacionamento social. “Eles não estão no Twitter”, informa Hanson, referindo-se à rede desse tipo que mais cresce na atualidade.

Os especialistas esperam que a população com mais de 60 anos suba para 20% em 2050, já os usuários da internet de maior idade continuarão crescendo. Além disso, navegar pela rede será cada vez mais indispensável.

Mas os problemas físicos de uma idade avançada continuam sendo uma barreira para a conexão virtual. A visão ruim pode dificultar a leitura e a artrite e os problemas de coordenação são um obstáculo para controlar o mouse.

As páginas podem facilitar o acesso dos idosos com uma letra de corpo maior, maiores contrastes e mais espaço entre as frases, propôs Arch. “O típico web design não se dá conta da velocidade com que o mundo está envelhecendo”, comentou, acrescentando que as mudanças facilitariam o uso da rede a pessoas de qualquer idade.

O número de pessoas que têm acesso à internet superou um bilhão pela primeira vez, segundo dados da companhia comScore, que inclui usuários maiores de 15 anos e exclui o acesso nos cibercafés e através dos celulares.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Mulher acima dos 50 é alvo de campanha contra Aids no Carnaval; veja

ÁGUA E ENVELHECIMENTO

Por Arnaldo Lichtenstein*

Sempre que dou aula de Clínica Médica a estudantes do quarto ano de Medicina, lanço a pergunta: Quais as causas que mais fazem o vovô ou a vovó terem confusão mental? Muitos arriscam respostas como “Tumor na cabeça” e “Mal de Alzheimer”, mas sempre respondo Não.





Confusão mental em idosos - Principais causas

A cada negativa a turma espanta-se. E fica ainda mais boquiaberta quando enumero os três responsáveis mais comuns por esses sintomas: diabetes descontrolado, infecção urinária e a família deixar idosos sozinhos em casa!

Parece brincadeira, mas não é. Constantemente vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos. Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam se com rapidez. A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo. Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos, angina (dor no peito), coma e até morte.




Ao nascermos

Ao nascermos 90% do nosso corpo é constituído de líquido. Na adolescência esta taxa cai para 70%, para 60% na fase adulta e na terceira idade - que começa aos 60 anos - para pouco mais de 50% de líquido no arganismo. Isso faz parte do processo natural de envelhecimento. Portanto, de saída, os idosos têm menor reserva hídrica. Mas há outro complicador: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de tomar água, pois os seus mecanismos de equilíbrio interno já não funcionam muito bem.

Explico: nós temos sensores de água em várias partes do organismo. São eles que verificam a adequação do nível. Quando ele cai, aciona-se automaticamente um “alarme”. Pouca água significa menor quantidade de sangue, de oxigênio e de sais minerais em nossas artérias e veias. Por isso, o corpo “pede” água. A informação é passada ao cérebro, a gente sente sede e sai em busca de líquidos.

Nos idosos, porém, esses mecanismos são menos eficientes. A detecção de falta de água corporal e a percepção da sede ficam prejudicadas.

Alguns, ainda, devido a certas doenças, como a dolorosa artrose, evitam movimentar-se até para ir tomar água.

O resultado disto é que os idosos desidratam-se facilmente não apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu corpo. Além disso, para a desidratação ser grave, eles não precisam de grandes perdas, como diarréias, vômitos ou exposição intensa ao sol.

Basta o dia estar quente ou a umidade do ar baixar muito - como ocorre anualmente. Nessas situações, perde-se mais água pela respiração e pelo suor.

Se não houver reposição adequada, é desidratação na certa. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo.





Alertas

O primeiro é para vovós e vovôs: tornem voluntário o hábito de beber líquidos. Bebam toda vez que houver uma oportunidade. Por líquido entenda-se água, sucos, chás, água-de-coco, leite, sopa, gelatina e frutas ricas em água - a exemplo de melão, melancia, abacaxi, laranja e tangerina. O importante é, a cada duas horas, botar algum líquido para dentro. Lembrem-se disso!

O segundo é para os familiares: ofereçam constantemente líquidos aos idosos. Lembrem-lhes de que isso é vital. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao perceberem que estão rejeitando líquidos e, de um dia para o outro, ficam confusos, irritadiços, fora do ar, atenção. É quase certo que esses sintomas sejam decorrentes de desidratação. Líquido neles e rápido para um serviço médico.




*Arnaldo Lichtenstein (46), médico, clínico-geral do Hospital das Clínicas e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

domingo, 19 de abril de 2009

Crianças e idosos na passarela - Já pensou?

Atletas idosos se tornam os reis da disposição

Quarta-feira, 08/04/2009

No Rio de Janeiro, aconteceu o Campeonato Brasileiro Master de Atletismo. As idades dos atletas variam de 30 a 92 anos. Eles mostraram muita energia nas provas e que que o esporte prolonga a vida.

Garotas do Calendário (Calendar Girls)

As Garotas do Calendário



Dia desses assisti “As Garotas do Calendário”, um filme com uma história um pouco diferente do que se costuma contar, e ainda assim, prendeu a minha atenção, talvez por ser leve, descontraído e despretensioso. O enredo é algo inusitado e admirável! Eu diria que ele transmite uma boa dose de auto-estima, de vigor, de alegria e desprendimento de medos, dúvidas e preconceitos...

Trata-se da história real de Chris (vivida no cinema por Helen Mirren) e Annie (Julie Walters), amigas diferentes entre si, mas inseparáveis, que vivem em uma cidadezinha inglesa. Chris é integrante do Women's Institute, uma Associação Nacional que congrega senhoras em torno de atividades, como fazer doces e geléias, jardinagem ou tricô. Quando o marido de Annie morre (vítima de leucemia) ela resolve se juntar ao grupo, em um movimento para ajudar o hospital onde o marido esteve sob tratamento.
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A campanha, idealizada por Chris, para arrecadar fundos, consiste em fazer o calendário beneficente que o Instituto feminino da cidade lança anualmente, com uma integrante do Women's Institute para cada mês, cada uma mostrando uma prenda de seus dotes domésticos. Uma idéia muito tradicional e familiar, não fosse por um pequeno detalhe: as mulheres devem aparecer nas fotos completamente nuas. Fotos em nu artístico.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Alexandre+Matos

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG-PE), Alexandre Matos

Os dados revelam que o mundo vive um processo de envelhecimento populacional. E, diante dessa realidade, a geriatria destaca-se como uma especialidade fundamental. Afinal, é o ramo da medicina que enfoca o estudo, prevenção e tratamento das doenças e da incapacidade em idades avançadas.
A geriatria é uma especialidade de abordagem multidisciplinar, na medida em que idosos geralmente têm diversos problemas concomitantes. Quase sempre os pacientes beneficiam-se de tratamentos conjuntos com profissionais de diferentes áreas. Assim sendo, o geriatra é um médico com sólida formação em clínica médica e especializado em lidar com as doenças mais freqüentes na 3a idade, e a manejar diversos problemas de saúde concomitantes. E, trazendo para a realidade recifense, o dado é preocupante: a cidade só conta atualmente com seis geriatras, titulados pela Associação Médica Brasileira e reconhecidos pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, o CREMEPE.
A SBGG-PE tem lutado, juntamente com o Centro de Geriatria do Hospital Universitário Oswaldo Cruz com reivindicações ao Governo do Estado para que se crie uma residência médica em geriatria neste Hospital, ligado à Universidade de Pernambuco,. Precisamos de médicos com treinamento adequado para atender o idoso e hoje não temos uma quantidade expressiva de profissionais no Estado", alerta Dr. Alexandre de Mattos, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG-PE).
"Na prática, o trabalho é baseado na prevenção, orientação dos pacientes, avaliação da memória, humor e autonomia. Além disso, busca simplificar a prescrição dos medicamentos", lista Mattos

FILME: A Balada de Narayama (Narayama Bushi-Ko)

Sinopse
Fim do século XIX, em meio à pobreza e miséria que causavam guerras e emigração para terras estrangeiras, em algumas regiões do Japão, numa luta dura pela sobrevivência, instituí-se uma tradição amarga : Ao completar 70 anos de idade, os moradores dos humildes vilarejos deveriam subir ao topo da montanha local, uma região sagrada e, como elefantes velhos, deveriam esperar pela hora da própria morte, sozinhos. A partir destes elementos de extrema beleza humana, o mestre Shohei Imamura criou uma obra-prima de valor universal e foi laureada , por unanimidade, com a Palma de Ouro do Festival de Cannes.

Sinopse O relacionamento entre um rapaz de 20 anos com obsessão pela morte, que passa seu tempo indo a funerais ou simulando suicídios, e uma senhora de 79 anos encantada com a vida. Eles passam muito tempo juntos e, durante esta convivência, ela expõe a beleza da vida. Ele decide se casar com ela, mas no entanto uma surpresa o aguarda, que mudará sua vida para sempre.


Sexualidade nos Idosos

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Médico diz que envelhecer é um processo natural

Movimentos da capoeira ajudam idosos se movimentar melhor

Aposentada cai em golpe do falso sequestro

RJTV 2ª Edição

Sexta-feira, 10/04/2009

Bandidos ligaram para aposentada em Botafogo e a fizeram acreditar que estavam com uma parente. Ela foi para um hotel em Belford Roxo para dar o dinheiro do resgate. A polícia prendeu dois suspeitos.

lobo Repórter - Segredos da Longevidade

Sexta-feira, 03/04/2009 Capoeira é esporte para qualquer idade. A alimentação correta para quem já passou dos 70. Os segredos da longevidade dos idosos de Maués, na Amazônia. Aos 100 anos, dona Zilda esbanja saúde

Aos 100 anos, dona Zilda esbanja saúde


Globo Repórter

Sexta-feira, 03/04/2009

Rodrigo Furtado, de 11 anos, sonha em chegar à velhice com a boa forma exibida por sua bisavó, dona Zilda. Aos 100 anos, ela lê jornais e revistas, faz crochê, cozinha e arruma a casa.


sexta-feira, 10 de abril de 2009

Empresas investem em intercâmbio para a terceira idade

Pequenas Empresas, Grandes Negócios


Quinta-feira, 12/03/2009

Previsão é de que, em 2040, mais de 55 milhões de pessoas entrem na terceira idade. De olho nos sessentões, empresários apostam em serviços para idosos que buscam qualidade de vida.

Exemplo de vida

Mais Você

Sexta-feira, 03/04/2009

Conheça a história de Adozinda, que dá aula aos 92 anos.

A alimentação correta para quem já passou dos 70





Globo Repórter


Sexta-feira, 03/04/2009

Alunos da universidade aberta da terceira idade, no Rio de Janeiro, aprenderam a comer bem, de forma saudável. Uma nutricionista alerta para o perigo de achar que certos alimentos podem curar doenças.

Exercício ajuda idoso a viver melhor


Globo Repórter

Sexta-feira, 03/04/2009

Sérgio Barghetti, 69 anos, teve três isquemias e um derrame que afetou os movimentos do lado esquerdo do corpo, há dez anos. Depois, apareceram os sintomas do mal de Parkinson, mas ele não se entrega.

Pesquisadores investigam longevidade de município amazônico



Globo Repórter

Sexta-feira, 03/04/2009

Por dois anos seguidos, auditores da Previdência foram saber se havia mesmo tantos idosos na cidade amazônica. Lá João Rocha, de 99 anos, rema seu barco e capina quatro hectares de terra por dia.

Médico diz que envelhecer é um processo natural



Globo Repórter

Sexta-feira, 03/04/2009

O presidente da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria, o geriatra Renato Maia, diz que o envelhecimento é uma viagem que deve ser feita com alegria. Autonomia é fundamental para idosos.

Movimentos da capoeira ajudam idosos se movimentar melhor



Globo Repórter

Sexta-feira, 03/04/2009

Criada por Mestre Gilvan, a capoterapia foi adotada pelo Centro de Saúde do Distrito Federal e se espalhou pelo brasil.

Aos 100 anos, dona Zilda esbanja saúde




Globo Repórter


Sexta-feira, 03/04/2009

Rodrigo Furtado, de 11 anos, sonha em chegar à velhice com a boa forma exibida por sua bisavó, dona Zilda. Aos 100 anos, ela lê jornais e revistas, faz crochê, cozinha e arruma a casa.

terça-feira, 7 de abril de 2009

DROGAS

A PESSOA IDOSA COM DEPENDÊNCIA QUÍMICA: IMPACTOS FAMILIARES

A PESSOA IDOSA COM DEPENDÊNCIA QUÍMICA: IMPACTOS FAMILIARES
O que é droga?
Usamos remédios. Para o senso comum são drogas, no entanto, há outros significados para esta palavra. Droga é a substância que causa dependência, o seu uso torna-se indispensável.
Exemplo de drogas: álcool, cigarro, maconha, heroína, LSD, benzodiazepínicos (medicamento para ansiedade ou induzir o sono, xaropes antibióticos etc.). Drogas lícitas são as socializadas, permitidas por lei, liberadas para a comercialização, porém, há um controle governamental. Na carteira de cigarros está escrito: o ministério da saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. Contem fotografias de pessoas enferma devido à nicotina.
A recente lei seca procura controlar o uso do álcool, tentando reduzir o acidente de transito. O resultado foi imediato diminuiu até o número de morte.
Drogas ilícitas são proibidas por lei, traficadas ilegal as principais são: maconha, cocaína, crack, LSD, inalantes, heroína, morfina, chás de cogumelo, anfetaminas, clorofórmio, ópio.
Elas são causadoras da violência entre os traficantes. As maiorias das drogas são naturais, cada tipo provoca varias patologias.
Um pouco de histórico
O uso de drogas pela humanidade não é recente, pois sempre foram usadas para várias finalidades. Os chineses já usavam ópio há milênios, assim como os árabes usavam haxixe. Os antigos egípcios já conheciam o uso de bebidas alcoólicas.
Na antiguidade, drogas naturais eram usadas como remédios, em homenagens aos deuses, em rituais sagrados. Na idade média, houve repressão ao uso, mas na idade moderna, sobretudo apartir do século XVI, o uso de droga entrou em nova fase: na era das navegações, os europeus entraram em contato com o multiculturalismo (principalmente na colonização do continente americano. A cocaína era usada pelos nativos dos Andes. O tabaco era usado pelas tribos indígenas da América do Norte. O haxixe com os árabes e o ópio no extremo oriente. A Europa importou-as passando a usar como tônicos, fortificantes e remédios. No século XIX ocorreram as preocupações com os problemas das drogas. Hoje existem cada vez mais pesquisas sobre a dependência e suas conseqüências.

Classificação das drogas
Depressoras: o álcool, os inalantes, (cola, esmalte), os ópios, (ex. heroína). Normalmente provocam lentidão e sonolência.
Estimulantes: cocaína, nicotina, as enfetaminas. Provoca agitação, euforia, excitação.
Alucinógenas: a maconha e o LSD causam alucinação, a pessoa ouve vê vozes, tem visões.
1. A dependência química na pessoa idosa é mais comum álcool e fumo. Nos adultos jovens, futuros idosos existem um maior número de drogas ilícitas; é difícil chegar a terceira idade.com perfeita saúde devido ao abuso do tóxico. A maioria deles pode morrer antes dos sessenta anos. Existem inúmeras variáveis que levam a pessoa idosa ao consumo das drogas:
2. Fator cultural, como: festa popular, influência dos amigos etc.
3. Hereditariedade
4. Busca de novas sensações
5. Abandono
6. Stress
7. Esperança de combater dores morais. (calúnia, decepção, traição etc.)
8. Profissões (médicos, farmacêuticos, enfermeiros, motorista noturno).
Efeitos orgânicos
O idoso é mais debilitado, frágil seu organismo absorve mais rapidamente as patologias provocadas pela dependência química: o álcool provoca delírio, delírio de ciúmes, depressão do sistema nervoso central, alteração da arquitetura do sono, com diminuição do sono REM. AVC, hipertensão etc.
Intoxicação aguda do álcool: uso nocivo há sintomas de euforia leve, evoluindo para a tontura, ataxia, e incoordenação motora, passando por confusão, desorientação atingindo graus variáveis de disartria, anestesia, vômitos podendo chegar ao estupor, coma, depressão respiratória, morte.
Alcoolismo crônico: é o uso habitual, podem surgir síndromes psicopaticas, delírios alcoolismo, delírio de ciúme, epilepsias alcoólicas, delírio de tremes, confusão mental alcoólica e demência alcoólica, cirrose hepática, etc.
Síndrome da abstinência do álcool: tremores, suor, irritabilidade etc.
O tabaco é um problema de saúde publica. A expectativa de vida de um indivíduo que fuma muito é 25% menor que a de um não fumante. Entre vinte e cinco doenças causadas por fumo , todas são causadoras de morte: doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias, tumores , doença pulmonar, etc.
Efeitos dos benzodiazepínicos
Eles possuem cinco propriedades farmacológicas, são sedativos, ansiolíticos, relaxantes, musculares e anticonvulsivantes. Os principais efeitos colaterais incluem: sonolência exerssiva, piora da coordenação motora fina, piora da memória, tonteira, zumbidos, quedas e fraturas, riscam de dependência. OS sintomas da síndrome de abstinência começam progressivamente. Dentro de dez dias após a parada de benzodiazepínicos.Pode haver tremores, sudorese, náuseas, vômitos, cefaléias, dores musculares, insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, prejuízos de memória, delirium, alucinação, convulsões.
Abordagem do usuário de drogas numa instituição de tratamento
Baseada na entrevista executada por duas integrantes da equipe no dia 13 de Março de 2009, seguiremos os passos dado por um usuário de drogas em uma das instituições de tratamento na cidade do Recife, CPTRA, Gerenciado pelo Psicólogo – Reginaldo Falcão Jr.
1º PASSO:
O usuário pode chegar ao CPTRA, de diversas formas:
- Espontaneamente, ele procura o serviço pedindo ajuda para se livrar das drogas sozinho;
- Acompanhado por algum familiar, muitas vezes ele não consegui procurar essa ajuda sozinho e um familiar o acompanha; ou sob ameaça da própria família em abandoná-lo, em denunciá-lo, em expulsa-lo de casa e entrega-lo a própria sorte.
- Através de uma ordem judicial - quando ele já praticou algum delito e o Juiz determinou o - tratamento;
- Encaminhado pela escola;
- Encaminhado por postos de saúde ou outros serviços;
- Encaminhado pela empresa que trabalha, sob ameaça de perder o emprego.
Ainda na recepção são coletados dados referentes à demanda do usuário e do seu território de origem. Em seguida é feito uma inscrição por ordem de chegada do mesmo, para passar por uma triagem médica.

2º Passo
Essa triagem é feita por um clínico geral, que fará uma avaliação clínica do estado geral do usuário, com a finalidade de guiá-lo para o devido encaminhamento que pode ser:
- Desintoxicação domiciliar;
- Desintoxicação na própria instituição ou desintoxicação hospitalar nos casos mais graves.
- Controle de hipertensão arterial;
- Exames laboratoriais;
Agendamento da entrevista adicional ao tratamento em grupos ou acolhimento.
3º Passo
A entrevista de admissão é realizada por qualquer técnico e tem como objetivo coletar mais informações sobre o usuário, avaliar sua motivação e orientá-lo detalhadamente sobre a forma de funcionamento e normas do serviço.
O usuário é atendido preferencialmente com um familiar ou pessoa de referência da comunidade. Ambos participam da leitura de um Termo de Compromisso e junto com o técnico assinam ao final. Uma cópia é dada ao usuário e a partir daí o usuário já pode participar das atividades.
A Dependência química leva ao adoecimento familiar
De acordo com a literatura lida, observa-se que a família de um dependente químico adoece junto com ele.
Segundo o escritor Leon Tolstoi, “Todas as famílias que são felizes são todas iguais, mas cada família que é infeliz, o é a sua própria maneira.”
Devido o preconceito que cerca os usuários de drogas, a ignorância sobre o tema; a falta de recursos financeiros são fatores que podem levar seus familiares a negar; a esconder; a isolar-se; o que dificulta o tratamento do usuário e da própria família, devido a não aceitação tanto do problema quanto de ajuda, tornando-se co-dependentes.
Os co-dependentes químicos são aquelas pessoas que está emocionalmente ligado e oferece seus sentimentos e sua vida para "proteger seu dependente", visando impedir que comportamentos anti-sociais tornem-se transparentes, ele pode ser co-dependente de um ou mais dependentes químicos. Essas pessoas têm a maior dificuldade em pedir a aceitar ajuda. Geralmente é o familiar, o colega de trabalho, o chefe, o amigo, ou vizinho, que procuram remover as conseqüências dolorosas do abuso de drogas do dependente, com a intenção de minimizar ou de esconder o ocorrido, facilitando a vida do dependente químico. Esses fatores acabam por levar os co-dependentes a adquirir hábitos e comportamentos de um dependente químico/adicto.
Como conseqüências dessas atitudes levam essas famílias à desestruturação familiar que pode ser uma separação/divorcio; dificulta o relacionamento dos filhos, quando não são rompidos; assim como dificulta ou o impede de envolvimento com novos relacionamentos.
Conseqüentemente esses usuários são levados a problemas profissionais, tanto de relacionamento profissional como até de desemprego, o que acarretará na desestruturação de seu convívio social junto a seus amigos também.
Todos esses fatores consiguinados levam o usuário a problemas financeiros, como endividamentos que conseqüentemente os velam a pequenos furtos ou até mesmo a cometeram delitos graves, como assaltos seqüestros entre outros.
Tratamento junto a familia
Esse tratamento no CPTRA ocorre da seguinte forma:
As modalidades de tratamento
Intensivo (I e II);
Semi Intensivo (grupo operativo semanal nos turnos da manhã ou tarde; Grupo Cidadão; Semi Intensivo Noturno [3 vezes na semana]; Grupo de Tabagismo);
Não Intensivo (grupo operativo quinzenal ou mensal).
Obs – Como método nesta apresentação percorrer-se-á o circuito de um usuário indicado inicialmente para o Intensivo II.
Intensivo II
Modalidade que tem como objetivo principal atender usuários com dificuldades de se manter em abstinência e que são indicados para permanecer em espaço protegido durante todo o dia afim de diminuir o risco de recaída.
Intensivo II
Funcionamento:
* Segunda à sexta (7 h às 17:30 h);
* Duração Média de 2 a 3 meses;
* Lotação máxima: 17 usuários;
Intensivo III
Os usuários do Intensivo II participam das seguintes atividades:
* Grupo operativo; * Educação
* Terapia Ocupacional; Física;
* Atendimento Clínico/Psiquiátrico;
* Limpeza dos Materiais e as áreas que eles utilizam; etc.
A passagem de modalidade
Semanalmente a equipe técnica se reúne para discutir a evolução dos usuários. Tendo apresentado sinais de melhora no estado geral, consciência dos prejuízos da droga e interesse em atividades que contribuirão para o resgate de sua autonomia, é discutido com o usuário a mudança de modalidade. Normalmente ele passa para o Intensivo I ou tem sua permanência renovada.
Intensivo I
Funcionamento:
* Segunda à sexta (7 h às 12:30 h);
* Duração Média de 1 a 2 meses;
* Lotação máxima: 17 usuários;
A grade terapêutica do I é semelhante a do II, apenas com menor duração.
Obs.: a passagem do I para o semi intensivo também se dá a partir das discussões da equipe que consideram a evolução do usuário (maior tempo de abstinência, envolvimento com outras instituições, organização da vida familiar etc.)
Semi Intensivo
G.O. Semanal – Funciona através de uma reunião com duração de 1h. Neste grupo são discutidos temas livres a partir do interesse dos participantes.
Cidadão
Funciona nas quintas, no turno da manhã e é focado no conhecimento e visitação de instituições de trabalho, educação e lazer. O usuário é vinculado neste grupo e a outro G.O. semanal.
Tabagismo I, II* e Manutenção – Funcionam através de uma reunião semanal nas segundas, terças ou quintas (18:00h – 19:30 h). O programa tem duração de um ano.
*A inscrição nestes grupos é feita diretamente através do número 3441 9244.
O não-intensivo é o mesmo grupo operativo, só que com freqüência quinzenal e mensal.
DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO IDOSO
Impacto Familiar
Sabemos que a família é o primeiro e principal núcleo social, é onde aprendemos: valores, comportamentos, hábitos, a expressar os nossos sentimentos, onde vivemos nossas primeiras experiências e relações sociais.
Podemos dizer que a família é um espaço de afeto e de conflitos e que exerce importantes funções sociais.
Como patriarca da família precisa ter
a) Vínculos afetivos;
b) Ser ativo e participar;
c) Ser colaborador
d) Respeitar as regras de convivência;
e) Ser solidário;
f) Ter compromisso com a família.

Pois é na família que se trava e se resolve conflitos
Um dos maiores problemas enfrentados atualmente na família é o sentimento de impotência, o despreparo e as condições psicológicas para lidar com o idoso dependente químico.
Sabemos que a cada dia cresce o número de casos em que o idoso se responsabiliza pela manutenção de suas famílias que lhe concede o poder de status e provedor. O idoso como chefe de família tem como principal fonte de renda a aposentadoria. É desta aposentadoria que ele tira o seu sustento em torno de medicamentos e as despesas da família. Entretanto, as aposentadorias e pensões pagas pela previdência social acabam atendendo não só aos mais velhos, como também aos seus familiares, sendo que na maiorias das vezes esses benefícios é de 01 (um) salário mínimo e é com este pouco dinheiro é que muitas famílias resistem à pobreza e sobrevivem.
Às vezes, a família tem dificuldade em aceitar os limites estabelecidos pela idade e, muitas vezes, esse limite implica em buscar ajuda que poderia minimizar obstáculos trazidos pela velhice e oportunizar condições próprias a cada situação que deriva do processo de envelhecimento.
A educação para o envelhecimento pode ser uma alternativa para viver a velhice com dignidade e a busca de uma velhice saudável e ativa pode ser uma solução, e o que é mais importante é que esta educação para o idoso seja integrada com a família.
Como é formado o impacto entre a família e o idoso com dependência química?
Quanto ao modo como é formado o impacto entre a família do idoso, pode classificar quanto a questão social em idoso pobre e abandonado que vive nas ruas e o idoso que tem uma estrutura familiar e uma boa aposentadoria.
Quanto ao idoso de rua ou morador de rua, podemos dizer que é a própria imagem da desumanização, isto é muito comum nos grandes centros urbanos e nos desafia na busca da compreensão. Apesar da geriatologia nos dar uma perspectiva interdisciplinar para a cmpreensão de diversos fatores biológicos, psicológicos e sociais relacionados a terceira idade baseados nestes princípios, pode-se afirmar que é preciso entrar na história desses idosos de rua para saber com profundidade as raízes de seus problemas, a origem familiar, como foi a sua vida regressa, etc.
O tratamento e a prevenção
Existe tratamento para dependência química? Sim, existe tratamento, apesar de não haver cura; uma pessoa que tenha tido diagnóstico de dependência alcoólica, pode voltar a beber descontroladamente, mesmo após anos sem beber! Daí a necessidade de um tratamento, em que ela aprenda a viver de forma mais saudável, sem a bebida.
Não existe um tratamento único; todos os problemas que o indivíduo usuário de drogas desenvolve ao longo do tempo devem ser tratados concomitantemente por uma equipe de profissionais qualificados: médico psiquiatra, médico clínico geral, psicólogo, enfermeiro, e assim por diante. Uma só pessoa terá dificuldade em tratar o paciente. As condutas devem ser personalizadas, em acordo com as necessidades de quem procura o tratamento.
O tratamento não é fácil, não existem milagres: a grande maioria das pessoas que apresenta problemas pelo uso de drogas quer uma internação, que não vai resolver um problema crônico como a dependência; ou uma medicação para, por exemplo, parar de usar cocaína ou parar de beber. Essa medicação mágica não existe; caso contrário, o tratamento seria fácil e rápido. As pessoas devem lembrar que o tratamento da dependência química não é como o tratamento de uma pneumonia, que pode ser curada rapidamente com antibióticos.
O tratamento é longo, e será tanto melhor se outras pessoas além do usuário de drogas participarem (familiares, amigos, e assim por diante). É na maioria das vezes, muito difícil, senão impossível, parar sozinho! Esse modelo de tratamento é um dos modelos baseados na reabilitação do dependente químico, é denominado Modelo Minnesota, pois foi desenvolvido nesse Estado Americano.
Apesar de o tratamento ser difícil, ele é possível, e pode haver melhora da vida do indivíduo (ela pode voltar ao emprego, pagar as dívidas...) e de seus familiares. Conseguir isso sempre vale a pena!
É importante ressaltar que se trata de mudar o comportamento e o estilo de vida, o que é muito difícil, e isso não dependerá apenas da vontade do paciente. As recaídas fazem parte do tratamento, e se o indivíduo recai, isso não significa que o tratamento não funciona, mas que as estratégias do tratamento podem ser revistas.

O tratamento das complicações clínicas
Como já foi visto, o álcool e as outras drogas podem provocar várias doenças agudas ou crônicas, algumas delas potencialmente fatais, como infarto, derrames, depressão respiratória, e assim por diante. Essas doenças devem ser tratadas por um clínico especializado, e conforme o tipo de problema e a gravidade, em Pronto Socorro ou em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Tipos de tratamento em dependência química
Vimos então que o tratamento da dependência química é feito no sentido da reabilitação do dependente químico, por meio de uma equipe multidisciplinar, que leve em consideração as necessidades de cada paciente em particular. Já na primeira consulta, o médico orienta seu paciente sobre algumas estratégias básicas, que deverão ser seguidas ao longo do tratamento; e que a internação deve ser feita em algumas situações específicas.
Há basicamente dois tipos de tratamento para a dependência química: o tratamento medicamentoso e as psicoterapias como verão a seguir.
O tratamento medicamentoso
Os tratamentos medicamentosos para dependência química foram desenvolvidos nas últimas décadas, para ajudar no tratamento da doença. Entretanto, não existe remédio milagroso que cure a dependência! Uma droga ideal para combater a dependência química reduziria a “fissura” pela droga, bloquearia seus efeitos e não teria efeitos colaterais, o que obviamente, não existe. O remédio deve ser usado sempre em conjunto com outros tratamentos. As medicações podem agir de várias maneiras:
1. Aversiva: essa medicação provoca, quando, usada com a droga, mal estar, de modo que o indivíduo não vai querer usar a droga novamente. Ex: dissulfiram, usado no tratamento da dependência alcoólica;
2. Substitutiva: essa medicação age no Sistema Nervoso de forma parecida com a droga, agindo como um substituto, mas é menos tóxica. Exemplo é a metadona, usada no tratamento da dependência de opióides.
3. Cortando os efeitos da droga: exemplo é o naltrexone, que corta os efeitos do álcool e dos opióides.
Os estudos nessa área são cada vez mais numerosos; para algumas drogas, como a cocaína, infelizmente, nenhum remédio se mostrou eficaz até agora!
A psicoterapia
Existem vários tipos de tratamento psicoterápico, sendo que a psicoterapia pode ajudar muito, sobretudo se associada à medicação. As psicoterapias podem melhorar o tratamento e a qualidade de vida do indivíduo dependente. São elas:
Terapia cognitivo - comportamental
Como o próprio nome diz, essa terapia ajuda na mudança de pensamentos (cognições) e comportamentos do dependente em relação às drogas de abuso. A terapia comportamental parte do princípio de que o uso de drogas é um comportamento aprendido, e que o indivíduo pode “desaprender” a usar a droga, se mudar seu comportamento: enfrentar os momentos de “fissura”, não procurar outros usuários, fazer o diário para evitar recaídas, procurar outras alternativas de prazer (trabalho, ouvir música, etc). Na terapia cognitiva, procuramos corrigir os pensamentos automáticos que o indivíduo tem (ex. “já que o dia foi ruim, vou usar drogas para compensar”). Isso tudo pode ajudar na abstinência, e na medida em que o indivíduo consegue ficar sem usar, já pode reorganizar sua vida.
Terapia de grupo
Na terapia de grupo são discutidos aspectos da dependência química entre o terapeuta e os pacientes do grupo. O usuário percebe que não está sozinho, e pode aprender novas maneiras de lidar com sua dependência pela discussão em grupo.
Terapia familiar
Pode ser aplicada devido ao fato de que muitas vezes, a família não sabe lidar com o problema da dependência, sofre muito por ter um dependente de drogas em casa e recrimina o dependente, que fica isolado da família e é sempre tratado como o culpado por tudo que acontece de ruim, o que, obviamente, não é verdade. O maior problema é que, quando a família recrimina o dependente, ela reforça uso da droga por ele (essa situação é chamada de co-dependência), e cada vez menos o indivíduo se sente capaz de parar as drogas, e na maioria dos casos nega o problema. A terapia ajuda a família a assumir um papel importante no tratamento do dependente, reforçando as orientações médicas e apoiando o paciente em suas dificuldades. Afinal, amigos, família e qualquer um que queira ajudar no tratamento são fundamentais, pois como já foi dito, é muito difícil parar as drogas sozinho! Essas pessoas devem ser adequadamente orientadas, pois não basta querer ajudar, é preciso aprender como ajudar.
Psicanálise

Terapia de longo prazo, que ajuda o paciente a resolver conflitos inconscientes que o levam a usar drogas, auxiliando a resolver sua impulsividade, sua intolerância à frustração e sua falta de limites em relação aos outros.

INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA INSERÇÃO NO TRATAMENTO CPTRA
Telefones: 3441 92 44 / 3232 4330
End.: av. Rosa e Silva 2130 (próx. Hosp. Tamarineira)
Triagem: seg, ter, quin e sex-
15h às 17:30h
Contatos:
Gerente Clínico – Reginaldo Falcão Jr
drfalcao@yahoo.com.br

Prevenção
A educação preventiva deveria ser mais divulgada, pois, como expressa o senso comum, prevenir é melhor do que remediar. Há idoso que é independente por ser saudável, ter uma situação econômica elevada etc. Para esses, é necessário a realização de projetos sociais, participação em trabalhos no qual se sinta útil. Ocupar o tempo com algo do seu interesse. Apóio familiar, lazer, cultura etc. Esses fatores são preventivos para o uso de drogas na pessoa idosa. O idoso menos favorecido economicamente pode ter uma vida mais tranqüila com a ajuda familiar, amor, união, respeito etc. Esses valores imateriais é o melhor remédio para a pessoa idosa viver feliz, em paz, realizado no meio da família, esta seria uma prevenção eficaz.
O idoso que vive abandonado é mais complicado, porém, existem movimentos não governamentais que dão apóio como, por exemplo, os serviços sociais das igrejas.
Outros tipos de prevenção
- Manter a pessoa idosa distante de amigos que possam influenciar o uso de drogas.
- Ter sempre um cuidador que preencha o tempo da pessoa idosa para evitar solidão.
- Ter um bom vincula familiar, selecionar amigos.
- Fazer higiene mental.
- Proporcionar alegria e bem estar à pessoa idosa.
- Participar de alguma instituição como igrejas, clubes da terceira idade etc.
- Se na família do idoso tiver algum usuário de drogas, alguém deve proteger o idoso ao máximo de desse problema.
- A terapia ocupacional.
- Incentivar trabalhos manuais, principalmente nas mulheres. 
Conclusão
Em geral, o abuso de drogas é relacionado à juventude. Estudos mostram o avanço do consumo cada vez maior substâncias lícitas, ou ilícitas entre usuários cada vez mais novos. Mas, quando a dependência química é relatada nas pessoas idosas, o cenário também se mostra desolador. Cabe ressaltar como o aumento do alcoolismo em pessoas idosas vem aumentando.
As complicações clínicas e sociais causadas pelo consumo de tais substâncias são hoje um problema de saúde pública em idosos brasileiros. Não há política específica de atendimento ao dependente idoso na rede pública de saúde. Portanto, faz-se necessário a implantação de políticas públicas de atenção integral, dentro de uma perspectiva de trabalho multi e interdisciplinar, contribuindo assim para o aumento da expectativa e uma melhor qualidade de vida.  
Referências
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Consultado em 18-03-09.
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segunda-feira, 6 de abril de 2009

O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E A ASSISTÊNCIA AO IDOSO


O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E A ASSISTÊNCIA AO IDOSO

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e que adquire características muito peculiares em nosso país, dada a velocidade com que vem se instalando. Estimativas apontam para uma cifra de 32 a 33 milhões de pessoas com mais de 60 anos2 no ano de 2025. Antes denominado um país de jovens, hoje o Brasil já pode ser considerado um País estruturalmente envelhecido, segundo padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde. Desta forma, é fundamental que as pessoas em geral e os profissionais de saúde em especial compreendam o processo de envelhecimento e suas peculiaridades de forma a direcionarem seus esforços na construção de um futuro digno e humano a todos.

Dentre as muitas definições de envelhecimento, temos utilizado a citada por BABB e adotada pela OPAS na qual "...envelhecer é um processo seqüencial, individual, acumulativo, irreversível, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e, portanto aumente sua possibilidade de morte."

Desta definição, ressaltam-se alguns pontos:

1o. o envelhecimento é um processo e, assim sendo, é algo que vai sendo construído no transcorrer da existência humana. Não ficaremos velhos aos 60, 70 ou 80 anos, estamos envelhecendo a cada dia, porém dificilmente isto é aceito pelas pessoas em virtude de mitos e esteriótipos socialmente impostos que colocam o velho como uma seção à parte da sociedade para a qual só gera ônus, uma vez que já não faz mais parte do mercado produtivo. Estas imposições sociais são tão expressivas que, na maioria das vezes, as pessoas se referem aos idosos como aqueles que têm pelo menos 15 anos mais que elas, independente da idade que as mesmas possuem. É interessante, no entanto, relembrar que só não ficará idoso ou velho o indivíduo que morrer jovem, o que, sem dúvida, não é anseio nem das pessoas, e tampouco da ciência que há muito vem trabalhando para prolongar os anos de existência do ser humano.
2o. envelhecer é um processo fisiológico e natural pelo qual todos os seres vivos passam e é, sem dúvida, a maior fase do desenvolvimento humano. Nascemos, crescemos e amadurecemos; deste momento até a nossa morte, passamos a vida toda envelhecendo. Nesta fase, várias alterações fisiológicas ocorrerão de modo mais ou menos acentuado e com velocidades variáveis entre as diferentes pessoas geralmente relacionados a variáveis pessoais.

Tais alterações têm por característica principal a diminuição progressiva de nossa reserva funcional. Isto significa dizer que um organismo envelhecido, em condições normais, poderá sobreviver adequadamente, porém, quando submetido a situações de estresse físico, emocional, etc; pode apresentar dificuldades em manter sua homeostase manifestando, assim, sobrecarga funcional, que pode culminar em processos patológicos.

O conhecimento e a compreensão de tais alterações são fundamentais para evitar dois grandes equívocos assistências citadas por JACOB Fo onde:
• sinais e sintomas próprios da senescência são equivocadamente atribuídos a doenças, determinando a realização de exames e tratamentos desnecessários. Nada mais é do que "diagnosticar" o envelhecimento como doença;
• todas as alterações encontradas em um idoso são erroneamente atribuídas ao seu envelhecimento natural, impedindo a detecção de processos patológicos passíveis de tratamento e/ou cura.

Neste capítulo, busca-se discorrer sobre alguns aspectos do processo de envelhecimento e suas conseqüências e refletir sobre o cuidado com a pessoa idosa.

2 Segundo a Lei no. 8842/94 que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, em seu cap.I, art. 2o., "considera-se idoso, para efeitos desta lei, a pessoa maior de 60 anos de idade".

Aspectos Psicológicos e Cognitivos
A compreensão do estado emocional de um idoso implica na contextualização de sua história de vida, considerando que suas reações emocionais provavelmente estão diretamente relacionadas com as vivências que acumulou no transcorrer de sua existência.

Segundo GAVIÃO, "...devemos esperar de um adulto psiquicamente saudável um equilíbrio efetivo entre a satisfação de suas necessidades pessoais e a de seus objetos de amor; maior tolerância às frustrações e controle dos impulsos agressivos, uma auto imagem positiva e maior eficácia na avaliação da realidade", aspectos estes considerados essenciais a um envelhecimento bem-sucedido, que dependerá, portanto, de laços afetivos satisfatórios, tolerância ao estresse, espontaneidade, otimismo, capacidade de atualizar-se e de sentimentos de segurança e auto-estima.

Um envelhecimento bem-sucedido relaciona-se à maneira pela qual um idoso consegue adaptar-se às inúmeras situações de ganhos e perdas com as quais se depara. Conforme explicita NERI, esta "balança" torna-se menos positiva com o passar dos anos em decorrência de inúmeras perdas normalmente vivenciadas pelos idosos, como, por exemplo a aposentadoria, mudanças nos papéis sociais, os handcaps, perda de entes queridos, maior distanciamento dos filhos, perdas cognitivas e de funções orgânicas, alterações na própria auto-imagem e consciência da maior proximidade da morte.

O enfrentamento de tais situações está diretamente relacionado à maneira pela qual o indivíduo vivenciou e se posicionou previamente em situações parecidas. Isto é denominado competência intelectual (EBERSOLE), onde "Envelhecer bem é aceitar a velhice como um bem. Para atingir a sabedoria e a serenidade e para inventar uma nova maneira de viver, é preciso ter sido capaz de adaptar-se ao longo da vida. Na medida em que se soube viver, também se deve saber e ser capaz de envelhecer" (Apud DUARTE, 2000).

Adaptação, no entanto, é diferente de resignação. Ao se adaptar, um indivíduo continua a viver utilizando-se de estratégias que o auxiliam na conservação de sua auto-estima, mantendo um equilíbrio mínimo e o estimulando a enfrentar novos desafios.

Os aspectos positivos relacionados a esta fase da vida dizem respeito ao acúmulo de experiência e à compreensão ampla, realista e objetiva da própria existência. Sua contribuição na construção da história viva de uma sociedade é fundamental e se relaciona à valorização de seu passado e de seus conhecimentos e vivências.

Assim, senescência psíquica, conforme descrito por GAVIÃO, "...é a possibilidade do idoso encontrar satisfação de viver, apesar do enfrentamento de perdas ou de um estado de doença, o que dependerá de um funcionamento psíquico no qual prevaleçam sentimentos amorosos e construtivos mesmo em situações adversas. Reações depressivas, algum nível de ansiedade e de instabilidade emocional são esperados e não devem ser confundidos com psicopatologias." Já a senilidade psíquica, continua a autora, está mais diretamente relacionada a psicasopatologias prévias, onde o profissional de saúde que se depara com sintomas emocionais, tais como: alto nível de angústia, desmotivação, agressividade acentuada e comportamentos bizarros; deverá solicitar um psicodiagnóstico cuidadoso para o adequado acompanhamento deste idoso.

A diminuição fisiológica de algumas funções cognitivas representa um dos maiores fantasmas para os idosos por significar uma ameaça ao seu bem-estar e à sua auto-estima. As perdas neurológicas, no entanto, são as primeiras a aparecerem. Do nascimento, a partir de um total de cerca de 10 bilhões, há uma perda de 50.000 neurônios por dia. Estudos indicam que nos idosos estas perdas situam-se na faixa de 20 a 40%. Apesar desta diminuição progressiva, ela não impede o funcionamento mental e psicológico do idoso.

As funções intelectuais mais atingidas são a memória, o tempo de reação e a percepção, estas últimas são expressas pela redução da capacidade de receber e tratar informações provenientes do meio ambiente, prejudicando sua capacidade de interação e interferindo na sua capacidade de adaptação. Aos profissionais cabe auxiliar os idosos na adaptação frente a estas perdas, de modo que eles possam se manter alertas e em contato com o meio.


O quadro a seguir sintetiza algumas das alterações mais frequentemente observadas nos idosos mais freqüentemente e sugere algumas intervenções:
MODIFICAÇÕES NAS FUNÇÕES COGNITIVAS

INTELIGÊNCIA
a. não se pode afirmar que haja declínio acentuado com o avançar da idade
b. maior estabilidade e performance intelectual
c. fadiga mental, desinteresse, diminuição da atenção e concentração geralmente estão associadas ao intelectual
c. fadiga mental, desinteresse, diminuição da atenção e concentração geralmente estão associadas ao declínio da inteligência
d. estudos mostram uma relação direta entre a presença de doenças e o declínio das capacidades cognitivas
e. características pessoais como aptidões intelectuais anteriores, escolaridade, nível socioeconômico e atividades influenciam a performance intelectual
f. há um ligeiro declínio nas aptidões psico-motoras em especial as relacionadas à coordenação, à agilidade mental e aos sentidos (visão e audição) levando os idosos a um desempenho menos satisfatório quando submetidos a testes que exigem rapidez de execução, longa duração, são muito competitivos e só estimulam aptidões não verbais,
INTERVENÇÕES
INTELIGÊNCIA
a. manutenção das aptidões através do contínuo desempenho de atividades cognitivas
b. propiciar constantemente novas oportunidades de aprendizado
c. disponibilizar tempo adequado para a realização de testes de inteligência, preferindo os que incidem sobre a percepção
d. evitar testes cronometrados e dar importância relativa ao tempo de realização dos mesmos
e. estimular a volta aos estudos(grupos de terceira idade) ou ao desempenho de atividades laborativas
MEMÓRIA E APRENDIZAGEM
a. dar tempo suficiente para a memorização e aprendizado respeitando o ritmo do idoso
b. considerar aprendizados anteriores
c. valorizar e utilizar a memória de longo prazo
d. utilizar a memória visual

MEMÓRIA E APRENDIZAGEM
a. as alterações na memória e aprendizagem dos idosos não estão claramente identificadas mas há indicações de prováveis relações com as alterações químicas, neurológicas e circulatórias que afetam a função cerebral como diminuição dos neurônios do SNC, diminuição da eficácia da oxigenação e nutrição celular e diminuição na aprendizagem associada às deficiências nas sinapses
b. diminuição motivação, diminuição estado de saúde e experiências prévias de aprendizagem parecem influir nas modificações observadas no envelhecimento
c. assimilação mais lenta
d. diminuição da memória a curto prazo (imediata)
e. conservação da memória de longo prazo (fixação)
f. conservação da capacidade de aprendizagem
g. dificuldade na organização e utilização das informações armazenadas
h. diminuição da memória visual e auditiva a curto prazo
MEMÓRIA E APRENDIZAGEM
a. dar tempo suficiente para a memorização e aprendizado respeitando o ritmo do idoso
b. considerar aprendizados anteriores
c. valorizar e utilizar a memória de longo prazo
d. utilizar a memória visual
e. considerar limites físicos e intelectuais
f. propor sessões curtas
g. utilizar vocabulário simples
h. evitar a memorização de coisas não essenciais
i. valorizar os esforços
j. repetir intencionalmente
k. ser o mais concreta e realista possível
l. utilizar materiais manipuláveis
TEMPO DE REAÇÃO
a. diminuição da rapidez dos reflexos e da execução de gestos
b. aumento do tempo de reação
b1. diminuição da acuidade visual e auditiva
b2. diminuição da resposta motora a um estímulo sensorial
b3. diminuição da memória recente
b4. diminuição da motivação
b5. ausência de contatos significativos
b6. presença de doenças

TEMPO DE REAÇÃO
a. planejar as intervenções junto com os idosos adequando-as a suas alterações
b. auxiliar na compreensão destas alterações permitindo assim uma melhor adaptação do mesmo

Extraído de Berger,L; Mailloux-Poirier, M Pessoas Idosas: uma abordagem global, Lusodidacta, 1995.

Aspectos Bio Funcionais
O processo de envelhecimento se inicia geralmente na segunda década de vida, porém é pouco perceptível. Já, ao final da terceira década surgem as primeiras alterações funcionais ou estruturais. A partir da quarta década há uma perda aproximada de 1% da função/ano nos diferentes sistemas orgânicos.

Estas alterações fisiológicas possuem um efeito acumulativo e gradativamente vão diminuindo a reserva funcional do indivíduo comprometendo sua capacidade de adaptação às modificações do meio interno e/ou externo. CONFORT caracterizou o envelhecimento pela progressiva incapacidade de manutenção do equilíbrio homeostático em condições de sobrecarga funcional. A homeostase representa um equilíbrio dinâmico e compreende a automaticidade dos mecanismos homeostáticos e a ritmicidade das alterações produzidas no meio interno que se diversificam ao longo do tempo.

Os mecanismos homeostáticos são processos de auto-regulação que preservam a capacidade de um organismo para se adaptar aos estressores e simultaneamente manter o equilíbrio interno. Tais mecanismos são desenvolvidos junto à evolução humana e se destinam à manutenção automática do equilíbrio interno a despeito das agressões a que possa ser submetido. Preservam, portanto, a integridade do organismo, contrabalanceando os estressores e compensando suas conseqüências, procurando, assim, corrigir automaticamente quaisquer desvios da normalidade. Estão intimamente relacionados ao sistema neuro-endócrino enviando sinais para os sistemas cardiovascular, respiratório, genitourinário, digestivo e renal. A descompensação de um sistema produz desequilíbrios em outros sistemas. Tais mecanismos visam minimizar a diferença entre a forma pela qual um sistema funcionaria idealmente e a forma pela qual, de fato, ele está funcionando. Isto ocorre dentro de limites controlados (feedback; interação do meio interno com o meio ambiente), levando ao que se denomina equilíbro homeostático.

Quando o sistema homeostático está comprometido (o que ocorre com o avançar da idade), o organismo pode, frente a um fator estressor, entrar em ruptura completa ou numa situação de funcionamento inteiramente nova.

A progressiva diminuição da capacidade de manutenção do equilíbrio homeostático observada nos idosos, em condições basais, normalmente não produz distúrbio funcional, porém, sob influência acentuada de fatores estressores, há um aumento da probabilidade do desenvolvimento de morbidades.

As alterações biofuncionais observadas no envelhecimento podem ser classificadas de várias formas. Por ser de mais fácil compreensão, adotamos neste texto a proposta por KENNEY onde:

a) a função é afetada em condições basais ou de repouso (por exemplo: órgãos dos sentidos);
b) a função é afetada apenas quando o órgão ou sistema é solicitado a aumentar sua atividade (por exemplo: s. cardiovascular, s. respiratório, etc)

O quadro a seguir demonstra as principais alterações biofisiológicas verificadas no processo de envelhecimento:


ALTERAÇÕEALTERAÇÕES BIOFISIOLÓGICAS OBSERVADAS NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTS ORGÂNICAS
COMPOSIÇÃO CORPÓREA.
. diminuição da água corporal total (de 70% em crianças para 52% no idoso) OBS: O idoso fica assim a um limite tênue da desidratação. Perdas moderadas de líquidos podem evoluir rapidamente para um processo de desidratação evidente.

GORDURA.
. Há uma distribuição mais centrípeta da gordura corporal

ESTATURA.
. Mantém-se até os 40 anos, depois diminui cerca de 1 cm por década
. Esta diminuição acentua-se após os 70 anos em virtude de:
• achatamento vertebral.
• redução dos discos intervertebrais
• presença de cifose dorsal
• arqueamento dos MMII
• achatamento do arco plantar

PESO.
. tendência a diminuir após os 60 anos em virtude da diminuição da massa muscular e â do peso dos órgãos.

ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS

"Fascies" do idoso (estas extremidades apresentam crescimento contínuo):
. Aumento da circunferência craniana
. Aumento da amplitude do nariz
. Aumento do pavilhão auricular

Tórax senil:
. Aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax
. Aumento do diâmetro transverso do tórax

Baseado em RUIPÉREZ, I; LLORENTE, P Geriatria, McGraw Hill, Rio de Janeiro, 1998.
ALTERAÇÕES BIOFISIOLÓGICAS OBSERVADAS NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO (cont.)
instalação de lesões.
. hipertrofia das células de pigmentação (manchas senis).
. despigmentação e palidez (diminuição de capilares e melanócitos)

PELOS E FÂNEROS.
. diminuição da pilificação em geral.
. pilificação em regiões anômalas (devido a alterações hormonais, hipertricose em mulheres).
. pelos menos espessos e mais fracos.
. perda gradativa da pigmentação (diminuição da atividade dos melanócitos).
. crescimento lentificado e espessamento das unhas (diminuição da circulação periférica).
. unhas mais secas e quebradiças

OLHOS.
. mais fundos (diminuição da gordura orbitária).
. surgimento do arco senil ( acumulação de lipídeos).
. diminuição da elasticidade do cristalino e diminuição da acomodação visual (diminuição da capacidade de focar objetos próximos - presbiopia).
. diminuição do tamanho da pupila e diminuição da velocidade de resposta à luz ( > dificuldade de adaptação à diferentes luminosidades)

OUVIDOS.
. o tímpano torna-se mais espesso ( tendência à formação de tampões de cerume).
. degeneração do ouvido interno e do nervo auditivo levando a presbiacusia (diminuição da capacidade auditiva para altas freqüências). Isto impede a audição de consoantes, de acordo com o ruído ambiental fazendo com que o idoso ouça mas não compreenda o que lhe é dito)

BOCA.
. boca mais seca (diminuição na produção de saliva e da sua qualidade).
. diminuição do paladar ( em especial para doces e salgados).
. diminuição da superfície das gengivas dificultando a fixação de prótese dentária e tornando-as mais friáveis.
. tendência a perda progressiva dos dentes que se tornam mais escuros (diminuição do esmalte e depósitos minerais).
. lentificação do reflexo nauseativo aumentando as possibilidades de esgagamento

NARIZ.
. aumento de tamanho (crescimento contínuo).
. diminuição da capacidade olfativa.
. aumento da pilificação interna ( em número e espessura)

SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
. diminuição da massa corporal total.
. diminuição da força, tônus e velocidade de contração muscular (lentificação dos movimentos).
. aumento da base de sustentação ( alteração na marcha).
. diminuição dos movimentos de braços ao se movimentar.
. diminuição da massa óssea (osteopenia).
• aumenta com a menopausa (diminuição dos estrógenos).


• pode ocorrer osteoporose.
• > possibilidade de fraturas e deformação das vértebras (tendência à cifose dorsal)



Baseado em RUIPÉREZ, I; LLORENTE, P Geriatria, McGraw Hill, Rio de Janeiro, 1998.



ALTERAÇÕES BIOFISIOLÓGICAS OBSERVADAS NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO (cont.)

SISTEMA GASTROINTESTINAL
. lentificação do esvaziamento esofágico devido à dilatação do terço inferior do esôfago
. diminuição das enzimas digestivas e pancreáticas
. diminuição da pepsina e ácido clorídrico em até 60% (lentificação do processo digestivo)
. diminuição das lípases gástricas e intestinais
. diminuição do volume e peso do fígado - diminuição da massa celular hepática funcionante
• alterações no metabolismo hepático de várias substâncias, inclusive as drogas, podendo resultar em aumento de seus níveis séricos e do tempo de excreção dos mesmos
. diminuição da motilidade intestinal
. deterioração das superfícies de absorção intestinal
. diminuição do tônus muscular do esfíncter interno do intestino grosso
. diminuição do tônus muscular intestinal e da motilidade à obstipação

SISTEMA RENAL E URINÁRIO
. aumento do tecido conjuntivo intersticial
. diminuição do tamanho e peso dos rins
. diminuição do número de néfrons
. alterações tubulares
. diminuição da filtração glomerular em até 45% entre os 20 e os 90 anos
. diminuição do fluxo sanguíneo em até 53%
. diminuição da filtração tubular em até 50% aos 70 anos
. lentificação da excreção dos metabólitos
. alteração na capacidade de concentração e diluição urinárias




Baseado em RUIPÉREZ, I; LLORENTE, P Geriatria, McGraw Hill, Rio de Janeiro, 1998.

ALTERAÇÕES BIOFISIOLÓGICAS OBSERVADAS NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO (cont.)
TERMORREGULAÇÃO
. diminuição dos sensores para frio - lentificação da resposta neuronal, assim o frio é sentido mas não é reconhecido e portanto, nenhuma reação protetora é ativada
. alterações vasculares ( dificuldade de contração e dilatação dos vasos em função dos estímulos nervosos) leva a uma diminuição da resposta ao frio

< produção de calor:
. idoso diminuição a atividade física em geral
. diminuição do metabolismo basal

Hipertermia:
. diminuição da elasticidade dos vasos
. > dificuldade em dilatação
. > dificuldade em perder calor
. diminuição da atividade das glândulas sudoríparas

SONO E REPOUSO
. diminuição do número de horas de sono requeridas
. diminuição de 50 % do sono profundo
. idosos acordam com mais facilidade e demoram mais para adormecer
Baseado em RUIPÉREZ, I; LLORENTE, P Geriatria, McGraw Hill, Rio de Janeiro, 1998.

Todas as alterações relacionadas são fisiológicas e ocorrerão de forma individual em cada idoso. Embora não sendo patológicas, o acúmulo destas alterações, com o transcorrer do tempo, pode levar à limitação das chamadas atividades de vida diária do idoso. Este quadro torna-se mais acentuado e mais rápido na vigência de doenças, geralmente crônico-degenerativas. Estudo realizado nos EUA demonstrou que 5% dos idosos com idades entre 65 e 74 anos quererem auxílio nas AVDs, 35% entre os de idades compreendidas entre 75 e 85 anos e 50% para os maiores de 90 anos. Estudos demográficos demonstram que, dentre os idosos, a população que mais cresce é justamente as de maiores de 80 anos, o que implica numa atenção diferenciada dos programas de saúde, considerando todas as alterações estruturais que vêm ocorrendo nas famílias, antes responsáveis pelas ações de cuidados aos seus indivíduos idosos.

A presença ou instalação de processos patológicos em indivíduos idosos pode ocasionar rápida alteração no quadro funcional dos mesmos. De totalmente independentes, eles podem passar muito rapidamente para uma condição de parcial ou totalmente dependentes, em virtude da dificuldade de adaptação homeostática frente à velocidade de perda de reserva funcional. A adequada assistência aos idosos baseia-se na capacidade técnica de avaliação correta da problemática instalada e de intervenções precoces e eficientes e também na premissa de que o idoso é, em princípio, competente para se cuidar e, portanto, autônomo em suas decisões, seja ou não independente para realizá-las.

Não é incomum que idosos temporária ou definitivamente dependentes fisicamente tenham sua autonomia retirada tanto pelos familiares quanto pelos profissionais que associam a perda física necessariamente à perda cognitiva e à capacidade decisória, o que em muitas ocasiões não é verdade.

A compreensão destas diferenças é fundamental para a execução de uma assistência de qualidade, onde deve predominar o "assistir a" e não o "fazer por". Esta segunda prática, ainda a mais comum no cuidado ao idoso, é baseada na crença errônea de que isto "...é melhor, mais esperado e mais desejável..." a ser feito para uma pessoa que "...perdeu completamente sua autonomia em virtude da idade, das doenças, da degeneração cognitiva, da desmotivação e muitas vezes da pobreza..." (Pavarini, 1996).


Assistir adequadamente ao idoso baseia-se na avaliação adequada e conjunta da equipe interprofissional, de qual é a real capacidade funcional deste idoso, identificando seu nível de dependência, suas capacidades presentes e, sobretudo, seu potencial remanescente, que pode não estar sendo reconhecido, sequer, pelo próprio idoso e muito menos pelos que o cercam. Esta avaliação sempre envolverá o polinômio idoso-cuidador-família e é a eles que deverá ser direcionado o nosso olhar.

O cuidador é a pessoa designada pela família para o cuidado do idoso, quando isto for requerido. Esta pessoa, geralmente leiga, assume funções para as quais, na grande maioria das vezes, não está preparada. É importante que a equipe tenha sensibilidade ao lidar com os cuidadores familiares, os grandes depositários das informações e orientações desta mesma equipe e o executor das atividades por ela propostas.

Cabe à equipe jamais se esquecer que esta pessoa não é um funcionário da saúde, não tendo, portanto, a obrigação de compreender as orientações dadas e ele também não é simplesmente um executor de ordens. Não é incomum que cada profissional da equipe dirija-se ao cuidador e lhe forneça uma série de orientações (geralmente em tom de ordem) de forma individual (enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista,etc) e espere que ele seja capaz, sozinho, de associá-las, decodificando-as e executando-as igualmente como faria o próprio profissional. A não-execução adequada de tais orientações geralmente é cobrada e em muitos casos as falhas são consideradas não-aderência terapêutica. Esta é uma importante falha da equipe como um todo, que não está direcionando o olhar para a(s) pessoa(s) a quem assiste, mas para si mesma, uma vez que, ao simplesmente fornecer as informações, tem a sensação de dever cumprido. O processo de assistência a idosos, seus cuidadores e familiares é, a nosso ver, um ciclo freqüentemente retroalimentado, ao qual devemos estar permanentemente atentos.

Uma assistência adequada requer uma avaliação minuciosa. Muitas vezes, a presença do cuidador familiar durante a avaliação do idoso é imprescindível, pois este poderá complementar informações ou, muitas vezes, fornecê-las, caso o próprio idoso tenha dificuldade em fazê-lo. A identificação de cuidadores também idosos, muitas vezes doentes, confusos, muito estressados ou ansiosos, deprimidos ou incapacitados para a função assistiva é mais comum do que se imagina e potencializa a necessidade de apropriação adequada de recursos assistenciais nesta área.

Para a realização de qualquer tipo de orientação, faz-se necessária inicialmente a adequada avaliação do idoso e a identificação de suas reais necessidades. Isto deve ser realizado pela coleta do histórico do mesmo seguida de seu exame físico. Para o histórico deve ser disponibilizado um tempo e local adequados (no mínimo 30 minutos em local de pouca ou nenhuma circulação e/ou ruído externo) de forma que o idoso possa sentir-se à vontade para discorrer sobre a sua vida. Para o exame físico, deve-se providenciar um local adequado de forma a não expor o idoso desnecessariamente. Tal avaliação deve ter por objetivo a identificação da presença de alterações fisiológicas (descritas anteriormente) e a verificação de anormalidades (que precisarão ser diagnosticadas). O exame físico deve, portanto, ser meticuloso. Após a fase de coleta de dados e identificação de problemas, passa-se à fase de planejamento e implementação da assistência.

O planejamento do cuidado ao idoso deve basear-se na resposta das seguintes questões:
1. Que tipo de cuidado será desenvolvido (caráter preventivo, curativo ou paliativo)?
2. Quais e de que tipo são os cuidados requeridos (parciais ou totais)?
3. Por quanto tempo estes cuidados serão necessários?
4. Quem será o responsável pela execução destes cuidados (cuidador, familiar ou o profissional)?
5. Onde serão dispensados estes cuidados (domicílio ou instituição)?
6. Qual a necessidade e a real disponibilidade de recursos existentes (materiais, humanos, financeiros, pessoais e emocionais)?

A partir destas respostas, o enfermeiro encontrará as ferramentas necessárias para o planejamento das ações assistidas direcionadas ao idoso, a seu cuidador e à sua família, de forma a garantir a manutenção da dignidade da pessoa assistida como um ser que está vivo, que necessita e merece ser respeitado, além de adequadamente assistido em suas necessidades.

O quadro a seguir mostra algumas intervenções propostas na assistência ao idoso em seu processo normal de envelhecimento:

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PROPOSTAS PARA MANUTENÇÃO DE UM ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

ASPECTOS PSICOSSOCIAIS

. observar comportamento verbal e não-verbal do idoso e associá-lo a mudanças recentes em sua dinâmica de vida
. observar alterações na auto-imagem e autocuidado do idoso
. verificar interações sociais intra e extra familiares
. se adequado, estimular a aquisição de animais domésticos (importantes na reabilitação emocional de muitos idosos, em especial os que vivem sós)
. auxiliar o idoso no melhor aproveitamento de seu tempo livre (envolvendo-o em atividades produtivas e/ou significativas pessoal ou socialmente)
. promover oportunidades de socialização inter e intra geracionais
. prover oportunidades de verbalização sobre sua a história de vida, valorizando-a
ASPECTOS NUTRICIONAIS

. observar alterações de peso (para mais ou para menos) e correlacioná-las com a ingestão alimentar
. verificar a dieta diariamente ingerida pelo idoso
. solicitar avaliação de nutricionista caso sejam observadas inadequações
CUIDADOS COM A PELE, PÊLOS E FÂNEROS

. avaliar a pele quanto à cor, textura e condições e associá-las à idade do idoso
. verificar a presença de lesões, avaliar suas causas e propor tratamento adequado conforme capítulo específico
. estimular o uso de óleos e loções lubrificantes sobre a pele para compensar as perdas próprias da idade e aumentar a proteção tecidual
. orientar a higiene corporal com água morna e sabonete neutro, evitando procedimentos abrasivos. No caso de ressecamento excessivo, restringir o uso de sabonete apenas à genitália
. orientar a adequada exposição solar (antes de 10h e após as 16h) e o uso, se possível, de protetores solares
. verificar alterações relacionadas à distribuição e coloração dos pêlos. Mudanças bruscas e acentuadas podem ser indicativas de processos patológicos
. orientar ao idoso/cuidador a ingestão de líquidos (quentes ou frios), conforme a temperatura externa
. orientar quanto ao cuidado com as unhas que deverão ser freqüentemente lixadas e não cortadas, evitando pontas que possam ferir e uma espessura inadequada (que pode levar a rachaduras e conseqüente lesão nos dedos). No caso de idosos diabéticos ou com desordens vasculares periféricas, cuidados especiais deverão ser destinados às unhas e pés
. orientar a adequação do uso de roupas à temperatura ambiental, evitando exposição ao calor ou frio excessivos
ALTERAÇÕES SENSORIAIS

VISÃO

. avaliar as perdas visuais e associá-las ao processo de envelhecimento
. testar reações pupilares
. questionar quanto à presença de dificuldades visuais (diminuição de acuidade, fotosensibilidade, dificuldade de visão noturna)
. questionar sobre acidentes recentes (choques físicos, quebra de objetos, quedas, etc)
. orientá-lo quanto à necessidade de exame anual da visão e da prevenção de glaucoma
. sugerir o aumento de luminosidade ambiental (se for o caso), o uso de luzes noturnas e a remoção de fatores de risco de acidentes (retirada de objetos e movéis posicionados em locais inadequados)
. orientá-lo quanto às mudanças fisiológicas e sua adaptação a elas
AUDIÇÃO

. avaliar as perdas auditivas e associá-las ao processo de envelhecimento
. questionar quanto a qualquer perda auditiva que o mesmo tenha percebido nos últimos tempos
. observar comportamentos não-verbais que sugiram perdas auditivas ( direcionamento da cabeça, deslocamento do corpo)
. observar erros de compreensão que possam estar associados ao envelhecimento
. ao conversar com o idoso, posicionar-se frente ao mesmo e dirigir-se a ele em tom normal, olhando para o mesmo enquanto fala. Não há a necessidade de se falar devagar ou de se elevar muito a voz, porque isso pode ser interpretado como uma atitude agressiva
. na observância de alterações importantes, proceda ao exame do canal auditivo e verifique a presença de rolhas de cerume ou de irritação ou secreção local
. encaminhe para a avaliação auditiva adequada se as alterações forem mais proeminentes.


PALADAR

. verifique inadequação alimentar devido a diminuição do paladar (excesso de sal ou açúcar) e oriente o idoso quanto ao prejuízo que isto pode causar à sua saúde
. oriente-o quanto ao uso de temperos alternativos e ao uso de adoçantes e sal com baixo teor de sódio
OLFATO

. verifique sinais de â da capacidade olfativa e oriente ao idoso quanto aos cuidados domésticos, em especial ao uso de gás
TATO

. verifique mãos, pés e proeminências ósseas para verificar a presença de lesões decorrentes da diminuição da sensibilidade tátil
. estimulação tátil é importante para muitos idosos, em especial àqueles com outras diminuições sensoriais; toque-o delicadamente em suas mãos e braços durante sua conversa, demonstrando atenção, carinho e observando as suas reações
. oriente o idoso a utilizar roupas adequadas e luvas de proteção ao lidar com chamas de fogão para evitar acidentes
. ensine-o a auto-examinar os pés (com o uso de espelhos de aumento) para observar a presença de lesões plantares normalmente não perceptíveis
. oriente-o sempre a verificar a temperatura da água antes de banhar-se para evitar queimaduras
ALTERAÇÕES COGNITIVAS

. antes de rotular um idoso como confuso, procure verificar se a desorientação ora apresentada não é decorrente do uso de medicações, alterações no sono, ambiente não-familiar ou déficits auditivos e visuais
. oriente a adequação do ambiente para a segurança do idoso, evitando possíveis acidentes
. todas as orientações fornecidas devem ser feitas por escrito, de forma clara e legível
. a presença de alterações cognitivas mais acentuadas deverão ser encaminhadas para avaliação médica, pois podem estar associadas a processos patológicos
ALTERAÇÕES NO SONO

. verificar o tempo utilizado pelo idoso para repouso durante o dia e à noite
. verificar adequação do tempo de repouso com as atividades desenvolvidas
. questioná-lo sobre as suas sensações após o período de repouso (sente-se descansado, agitado, ansioso, cansado)
. verificar o uso de medicações que induzem o sono e sua adequação às necessidades do idoso
. orientar o idoso quantos exercícios durante o dia, leite morno, meditação, música suave auxiliam na liberação de serotonina, que tem um importante papel na indução do sono
. orientar o idoso que a diminuição do número de horas dormidas é um processo fisiológico normal e que, ao perder o sono, ele poderá dispor de atividades que induzam ao repouso, como leitura de livros pouco estimulantes ou assistir a filmes na TV com pouca ou nenhuma ação, de modo a não entretê-lo e, portanto, provocando sono
ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES

. verifique a PA e compare-a com medidas anteriores, buscando identificar e tratar de quadros hipertensivos
. verifique a presença de hipotensão ortostática
. indague-o sobre sintomas como: fadiga, dispnéia aos esforços pequenos, etc que possam sugerir alterações cardiovasculares
. verifique a presença de edemas e processos vasculares inflamatórios
. estimule-o a algum tipo de atividade física durante o dia, adequada à sua condição cardiovascular e condicionamento físico; caminhadas costumam ser bem recomendadas
. oriente-o a mudar de posição devagar e descansar quando estiver cansado,
. na presença de alterações vasculares ou edemas, oriente-o ao uso de meias elásticas e elevação dos MMII quando em repouso
. oriente-o à utilização de meias quentes ao dormir que retiram o desconforto causado pelo frio dos pés devido à inadequação da circulação periférica
. nunca oriente o uso de bolsas térmicas (elétricas ou mecânicas) para evitar o risco de queimaduras em decorrência da diminuição da sensibilidade tátil.


ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS

. identifique história anterior de tabagismo e antecedentes vacinais contra gripe e pneumonia
. verifique a existência de alterações respiratórias relacionadas a mudanças sazonais e à qualidade do ar
. questione-o quanto à freqüência de infecções respiratórias
. estimule-o à prática de exercícios aeróbicos diários (por exemplo: caminhada) e auxilie-o a maximizar sua função respiratória
. oriente-o a procurar assistência médica na vigência de quadros respiratórios infecciosos que durem mais que três dias
ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS

. oriente-o quanto à necessidade de ingestão hídrica diária
. examine mucosas para avaliar hidratação
. verifique hábitos alimentares e sua relação com qualquer sintoma digestivo
. identifique o hábito intestinal do idoso e a ocorrência de episódios de constipação ou diarréia e relacione-os aos hábitos alimentares
. oriente-o quanto à relação da ingestão hídrica, do consumo de fibras e da prática de exercícios regulares para o bom funcionamento intestinal
ALTERAÇÕES RENAIS E URINÁRIAS

. identifique as características dos hábitos miccionais e sua freqüência
. verifique a presença de dificuldades nas eliminações vesicais, solicitando que o idoso as descreva detalhadamente
. estimule-os a falar sobre possíveis episódios de incontinência, pois, para a maioria dos idosos, a presença destes quadro é equivocadamente considerada " normal" no processo de envelhecimento
. verifique a presença de nictúria e sua relação com alterações do sono
. oriente o idoso a ingerir de 6 a 8 copos de água por dia, independente da presença de sede, pois este reflexo estará diminuído)
. quando da identificação de incontinência de esforço, oriente-o quanto à realização de exercícios para o fortalecimento da musculatura pélvica pelo menos duas vezes ao dia
. verifique o uso e adequação de absorventes para perdas urinárias. O estabelecimento de um programa de reabilitação miccional pode trazer efeitos muito benéficos à auto-estima dos idosos
ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS

. verifique alterações na marcha e no equilíbrio e correlacione-as com as alterações musculoesqueléticas
. identifique limitações nas AVDs devido à â da mobilização
. examine as articulações identificando a presença de deformidades, crepitação, instabilidade ou diminuição funcional
. verifique a presença de quadros álgicos ou lesões
. encaminhe as idosas para avaliação médica e possível indicação de reposição hormonal pós menopausa para â a ocorrência de osteoporose
. estimule-o ao exercício físico (por exemplo: caminhada) com exposição ao sol em horários adequados e com a utilização de protetores solares.


USO DE MEDICAMENTOS

. verifique a prescrição medicamentosa do idoso e a real situação observada quanto ao uso de medicamentos (freqüentemente os idosos fazem uso de mais remédios que necessitam de fato, o que pode ser mais nocivo que benéfico aos mesmos)
. oriente-o quanto aos riscos de ingestão de medicações inadequadas
. solicite ver o local onde os medicamentos são armazenados e observe a adequação do mesmo bem como a presença de medicações vencidas ou impróprias à utilização pelo idoso
. verifique a organização do idoso para a ingestão dos medicamentos (costuma esquecer, faz uma distribuição diária ou semanal, etc)
. auxilie-o na organização destas prescrições de forma que o mesmo possa ingerir adequadamente suas medicações sem o risco de esquecê-las ou de abusar de sua ingestão
. verifique sinais e sintomas de manifestações tóxicas relacionadas ao uso inadequado de medicamentos pelos idosos
. verifique se a presença de quadros confusionais pode ser droga-relacionados
. oriente ao idoso só ingerir medicações prescritas por seu médico e, caso ele seja acompanhado por mais de um profissional, sempre informá-los sobre as prescrições de seus colegas.

Todas as intervenções acima propostas relacionam-se à preservação da integridade do idoso sem alterações patológicas. A identificação de qualquer processo anormal requer intervenção apropriada e individualizada.

Não houve neste texto a pretensão de esgotar qualquer aspecto relacionado à avaliação global do idoso, por ser esta ampla e complexa. Nossa única intenção foi sensibilizar os leitores a direcionar seu olhar de forma mais acurada aos seus pacientes idosos e seus respectivos cuidadores e familiares de maneira a propiciar uma assistência mais adequada e humanizada aos mesmos.

Encerramos com a colocação do "The Age Concern England", de 1998, que diz:

"Pessoas idosas não são uma seção à parte da sociedade. São simplesmente pessoas que envelheceram. Elas não necessitam ou desejam as mesmas coisas. Suas necessidades e talentos são tão diversificados como em outras gerações e elas têm uma grande variedade de características humanas. Todas elas devem ter a liberdade para escolher seu estilo de vida. Devem ainda ter suas opiniões ouvidas e respeitadas e devem ser capazes de exercer influência sobre os acontecimentos que as cercam. No presente essas aspirações, apenas razoáveis, são negadas a muitos idosos devido a circunstâncias sobre as quais eles têm pouco ou nenhum controle".

Nossa função é permitir que isto ocorra.


Ao final do capítulo, a(o) enfermeira(o) deverá obter subsídios para:
• Conhecer as principais alterações que caracterizam o envelhecimento fisiológico;
• Estruturar a intervenção de enfermagem voltada para a manutenção da qualidade de vida do idoso.
Autores: Yeda Aparecida de Oliveira Duarte1
Última Atualização: 9/26/2001 7:45:48 AM

1 Professora Doutora do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgico da EEUSP

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