quarta-feira, 6 de maio de 2009

RELACIONAMENTOS

Esforço contínuo
Cinco maneiras de acabar com a tensão e tornar a vida a dois mais prazerosa

Quem disse que toda relação está fadada ao fim? Com boa vontade e um esforço contínuo, é possível ir longe, garante a psicóloga&nbspGiovana Dal Bianco Perlim. Ao contrário do que dizem por aí, o tempo pode favorecer a intimidade e a lealdade entre um casal.


Giovana estuda as relações de gênero e dá aulas na Universidade Federal da Bahia. Defensora de relações menos mediadas, ela reuniu, a pedido do Maisde50,&nbspcinco&nbspcaminhos possíveis para relacionamentos mais saudáveis.


Diferenças
Os casais devem ser estimulados a pensar sobre o significado da relaçao. Devem, principalmente, atentar para o significado diferenciado que dão ao casamento. Se preciso for, encarar ajuda profissional sem preconceito. Dessa forma,&nbspas diferenças serão&nbspouvidas como necessidades e entendimentos diferentes, e não como desqualificação, indiferença ou falta de amor.


Homens e mulheres desenvolvem entendimentos diferentes sobre o que é o casamento, se comportando e respondendo de acordo com o que conhecem. Essa diferença pode ser imperceptível ou grande. Nesse último caso, pode representar um ponto importante de conflito e frustração.


Desejos
Se homens e mulheres apresentam visões generificadas sobre o significado do casamento, isso implica em expectativas diferenciadas em diversos níveis. Esclarecer quais são as expectativas, modelos, sonhos, projetos de cada um pode ajudar a construir formas de lidar com as diferenças e de aproximá-las.


O ideal é&nbspdequar-se de forma a possibilitar que ambos sejam atendidos em suas necessidades. É importante que avaliem se o critério de escolha dos projetos e sonhos está levando em conta as necessidades de ambos de forma igualitária e acordada, pois, tradicionalmente, os projetos femininos pessoais, e principalmente os profissionais, têm sido desvalorizados ou negligenciados em detrimento dos projetos dos maridos.


Cada um no seu lugar
É importante que cada um&nbspexponha quais são os papéis que espera desempenhar e quais são aqueles que espera que o outro desempenhe.


A partir dessa conversa, é possível fazer ajustes e divisões&nbspque atentem para as especialidades de cada cônjuge, sem preconceitos e estereótipos generificados, de modo que nenhum dos dois&nbspse sinta sobrecarregado.


É importante que a divisão de trabalho, papéis e tarefas entre os cônjuges leve em conta que desenvolvemos aptidões e gostos que podem ser complementares em um casamento. Isso implica em que não podem ser desvalorizados ou ignorados a partir de uma divisão externa ou a partir de modelos rígidos passados ou futuros.


Nesse sentido, se ela gosta de fazer o bolo para a família e ele gosta de consertar o encanamento, ambas as tarefas devem ser valorizadas e realizadas. Por outro lado, há obrigações que não são prazerosas para ninguém, mas que precisam ser realizadas. Para isso, o casal deve passar por uma espécie de treinamento, no qual irá refletir sobre a organização, a divisão e a execução dessas tarefas. Podem ser adotados esquemas de rodízio ou de divisão fixa, mas é importante que o casal reflita criticamente sobre uma democracia doméstica


Negociação
As diferenças ou discordâncias não são em si suficientes para impactar negativamente na auto-avaliação do casamento. Mas a forma como são percebidas e a esfera que representam no casamento podem representar um ponto nodal de insatisfação. O casal deve avaliar quais são as discordâncias e avaliar quais delas são passíveis de negociação e quais não são. A partir disso, avaliar se a discordância que não é passível de transformação pode ser incorporada ao casamento de forma não conflituosa, mas como uma diferença. Conviver com a diferença implica em um constante processo de reflexão, compreensão e possibilidade de aprendizagem.


Viver junto e se dar&nbspbem
Relacionar dificuldades vividas no casamento com problemas originados ou potencializados pela interação família-trabalho é uma tarefa difícil para os casais. As bases ou modelos que utilizam para pensar e auto-avaliar seus casamentos são muitas vezes tradicionais, baseadas em um processo que podemos nomear como transgeracionalidade social. Cabe incentivar uma reflexão crítica sobre esses modelos e sobre tendências que a sociedade tem divulgado, mantido e multiplicado, como a efemeridade das relações, o consumismo, o individualismo, etc. Viver junto é possível e pode ser prazeroso.


publicada em 04/05/2009

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