segunda-feira, 4 de maio de 2009

sexualidade


Virgens de 50 anos
Existem muitas mulheres como Susan Boyle
da redação

Susan Boyle nunca foi beijada. A frase correu o mundo tanto quanto a voz da escocesa, capaz de surpreender jurados de um programa de talentos musicais do Reino Unido, calar uma platéia, e ganhar fama. Instantaneamente. Susan Boyle é virgem aos 47 anos. Como ela, existem muito mais mulheres que não fazem sexo do que alcança a nossa curiosidade. Você duvida?
O sexólogo Arnaldo Risman garante que é a mais pura verdade. Existem mulheres virgens por toda a vida e mulheres que optaram por não fazer sexo, o que são situações bem distintas.
No intrincado terreno da sexualidade, os aspectos culturais, sociais e psicológicos também vão parar na cama. Ou não. Segundo Risman, fazer ou não fazer sexo pode ser uma questão de circunstância. Mais que isso, a virgindade não faz de uma pessoa um ser assexuado, necessariamente.
“Quando a virgindade é uma escolha pessoal, tudo o que nos cerca não deixa de existir. Pelo contrário, ganha força. Mesmo sendo virgem, uma mulher pode ser muito sensual. A opção de não fazer sexo não implica emuma vida totalmente assexuada. Através da masturbação, por exemplo, essa mulher pode conhecer intimamente o seu corpo”, prega o sexólogo.
Sexo também pode ser uma questão de prioridade, defende Risman. E deveria ser aceito como uma opção pessoal. Afinal, cada um tem o direito de decidir como usar o próprio corpo. “Há muitas Susan Boyle por aí e a minha prática clínica confirma. Muitas vezes, as mulheres têm outras prioridades, precisam cuidar de um pai, de um filho, precisam dar atenção a algum outro aspecto da vida, o que acaba deixando o sexo em segundo plano”, explica.
Abdicar do sexo não causa danos em outras áreas? Risman diz que as escolhas podem ser, muitas vezes, inconscientes. Mas deixa claro que o sexo não pode ser imposto como regra, apesar de natural. “Ninguém a obrigado a fazer sexo se não tem vontade, nem a dar satisfações à sociedade”. Eis a melhor premissa.
Querer, no entanto, é um direito legítimo, defende Arnaldo Risman, que também é pesquisador do CEPCOS - Centro de Estudos e Pesquisas do Comportamento e Sexualidade. “A faixa etária por volta dos 50 teve uma educação diferente da que existe hoje, muitos cresceram ouvindo os pais falarem mal do sexo. Daí a eventual negação do prazer a que muitas mulheres, principalmente, se submetem”, justifica.
Vergonha e timidez também entram no emaranhado de complicações que envolvem a sexualidade de mulheres de 50 anos. “Uma pessoa muito tímida espera sempre a atitude por parte da outra pessoa, e acaba idealizando muito. E todos nós sabemos que esta idealização não existe” diz o sexólogo.
Para Arnaldo, a forma mais saudável de encarar o sexo é com naturalidade. “É preciso ver e sentir o sexo como um processo natural. Muitas pessoas, hoje em dia, usam o sexo e a virgindade como moeda de troca. Leva quem pagar mais. E isso não é saudável, é preciso ter responsabilidade”, conclui.
publicada em 30/04/2009

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