quarta-feira, 7 de outubro de 2009


24/09/08 - 23h54 - Atualizado em 25/09/08 - 02h31

Famílias menores e um Brasil mais velho

O IBGE divulgou nesta quarta-feira dados sobre as mudanças na vida dos brasileiros.

Flávia Jannuzzi - Rio de Janeiro

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Aos 87 anos, a professora aposentada se orgulha de poder ajudar a família, que mora em um apartamento em Niterói, na região metropolitana do Rio.

“Não é que eu goste que eles dependam de mim, mas já que dependem, eu sinto prazer em poder dar esta cobertura”, diz Lêda Motta, aposentada.

Dona Leda faz parte de um grande contingente. Nos últimos 10 anos, o percentual de idosos responsáveis por mais da metade da renda familiar, no país, subiu de 47,2% para 53%.

Já somos 187,8 milhões brasileiros, segundo o IBGE. Uma população que não pára de crescer e envelhecer.

Em 10 anos, enquanto o crescimento da população total foi de 21,6%, dos 60 anos em diante o ritmo foi muito mais acelerado: 47,8%.

Hoje os idosos já representam 10,5% dos brasileiros. No Rio de Janeiro, o número atinge quase 15% da população.

Uma das explicações está no aumento da esperança média de vida. Em 1997, o brasileiro vivia em média 69,3 anos. No ano passado, a expectativa subiu para 72,7 anos.

Além de os brasileiros estarem vivendo mais, há outro motivo importante que explica o envelhecimento da população: o número de filhos por mulher, que caiu espantosamente nos últimos 10 anos.

A taxa de fecundidade saiu de uma média de 2,54 filhos por mulher, em 1997, para 1, 95, abaixo da taxa global de reposição, que é de 2,33 filhos por mulher.

Resultado de decisões como a de Maurício e Alessandra. Casados há nove anos, eles priorizaram viagens e estudo.

“Se estabilizar profissionalmente, galgar passos largos na carreira”, diz Alessandra.

“A gente já tem um conforto, vamos dizer assim. Eu estou com 36, ela está com 31, então eu acho que é uma idade bastante boa pra gente agora pra gente aumentar a família”, declara Maurício Zágari, jornalista.

O número de casais sem filhos subiu de 12,9% para 16%.

“A gente tem que levar em consideração que, cada vez mais, a população brasileira é uma população urbana, e as condições de vida na cidade são bastante diferentes da vida no campo. Cnseqüentemente, não só se adia a decisão de ter o primeiro filho, como também se reduz o número de filhos dentro da própria família”, explica Eduardo Pereira Nunes - presidente do IBGE.

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